Fake news: algumas dicas para evitá-las e mandar bem no vestibular

Você sabe o que é uma Fake News? Sabe que muitos pesquisadores se debruçam para entender este fenômeno?  Certamente esse é tema recorrente nos últimos anos e que precisamos ficar sempre ligadinhos a respeito.

O fenômeno das Fake News (ou no bom e velho português “Notícias Falsas”) ganhou ênfase no cenário das eleições de 2016 nos Estados Unidos, onde foram identificadas matérias ou pseudo-fatos que denotavam falsificação. Nas publicações analisadas desse período notaram-se notícias falsas ou parcialmente falsificadas, com objetivo principal de desinformar e/ou confundir os leitores. Tais notícias falsas, no geral, partem de interesses políticos e são produzidas com o intuito de influenciar a opinião pública e impulsionar agendas políticas.

Desde 2016, as informações falsas, aliadas ao compartilhamento em massa sem a checagem devida, levaram a uma série de consequências sociais. Especialmente nesse momento vemos essas consequências no enfrentamento da COVID 19, com a produção em massa de notícias falsas a respeito do vírus, da pandemia e da vacinação.  A pergunta recorrente é sempre a mesma: Como identificar uma fake News? Como evitar que notícias falsas se propaguem, ou pior, sejam críveis?

Primeiro de tudo, notícias falsas tendem a não informar claramente quem as escreveu, os nomes das instituições ou pessoas envolvidas e os detalhes do ocorrido, tornando os dados de uma pesquisa obscuros ou confusos, e tendem a trazer determinados fatos como verdades universais. Contudo, além dessa noção geral sobre as Fake News, alguns pesquisadores têm procurado distinguir  e classificar os tipos de Fake News existentes, tornando o conhecimento sobre esse fenômeno mais aprofundado.

É o caso da pesquisa que traremos aqui, realizada pela Data Science – Bridge & Co, em 2018, que buscou identificar o padrão nessas notícias falsas a fim de contribuir para identificá-las. Desse modo, apanhou e organizou alguns aspectos que auxiliam na identificação dessas notícias, veremos agora:

 FUNDAMENTALMENTE VERDADE

O meio de comunicação informa dados precisos como local, nome dos envolvidos, links para filmagens, imagens e informações que compactuam com o conteúdo audiovisual oferecido.

MISTURAS DE VERDADES E MENTIRAS

Parte dos elementos do artigo são comunicados de maneira adequada, mas junto há especulação ou informações sem fundamento. Classificação também usada quando o título deixa um fato subentendido e o texto não o confirma.

FUNDAMENTALMENTE MENTIRA

O texto não fornece ao leitor uma certeza do conteúdo, é comunicado algo que não tem confirmação ou base.

SEM FATOS

Artigos unicamente de opinião, sátiras e tirinhas. Usando essa classificação, o grupo que teve ajuda de jornalistas para analisar a relação entre notícias com viés político e as falsas não encontrou nenhum artigo fundamentalmente falso em veículos sem viés político forte. Em outras palavras: é mais fácil você encontrar notícias falsas em jornais “de esquerda” ou “de direita” do que nos mainstream.

TAMANHO IMPORTA

Artigos da mídia mainstream têm em média 20 parágrafos e 550 a 800 palavras. Na mídia de direita e esquerda — características correlacionadas com a presença de notícias falsas — são mais curtos nas duas métricas, geralmente tendo de 400 a 420 palavras. [Além disso, é possível observar em notícias falsas o uso recorrente de uma linguagem informal.]

NOTÍCIAS FALSAS CONTÊM VERDADES

A incidência de notícias fundamentalmente falsas é aproximadamente metade do número de misturas com verdades no mesmo veículo.

SÁTIRAS POSSUEM CARACTERÍSTICAS DISTINTAS (SENDO FALSAS OU NÃO)

Sátiras seguem uma estrutura distinta do resto dos artigos coletados. Enquanto notícias legítimas tendem a contar algo novo nas primeiras frases do texto, sátiras repetem a mesma informação do título. Sátiras também tendem a usar a última frase do texto como punchline, para deixar claro que o texto é, afinal, uma piada. Essa estrutura diverge bastante da pirâmide invertida, estrutura de texto comum no jornalismo.

ESTILO DE ESCRITA PADRÃO EM NOTÍCIAS COM FORTE VIÉS POLÍTICO

Textos extremistas utilizam certos padrões de comunicação. Ao considerar elementos do texto como características do modelo de Machine Learning, algoritmos de agrupamento conseguem diferenciar notícias mainstream de outras com viés político forte (esquerda ou direita).

Então agora que você já conhece um pouco mais sobre a estrutura e categorização das fake news fique sempre atento ao conteúdo que você consome e compartilha. Verifique sempre a fonte, o autor e o site onde a notícia é veiculada.  Além disso, é importante que a notícia seja lida em totalidade, assim você será capaz de avaliá-la melhor. Por fim, é sempre importante consultar outras fontes para checar a autenticidade da informação.

Fontes:

A ciência da detecção de fake news

DESINFORMAÇÃO, MÍDIAS SOCIAIS E OPINIÃO PÚBLICA:
CARACTERÍSTICAS, DESAFIOS E MANEIRAS DE IDENTIFICAR O FENÔMENO
“FAKE NEWS”

Laiza é professora de História, Sociologia, Geografia e Atualidades na Nautae. É mestra em História Pública (UNESPAR), com bacharel e licenciatura em História pela mesma instituição. Também possui experiência como pesquisadora e produtora audiovisual.

Confira o documentário Benedita & Manoel e muitos outros conteúdos no canal Bom de História, criado pela nossa professora em parceria com Brandon Figueiredo.