Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia e o conflito se iniciou, o mundo se manteve apreensível sobre uma possível Terceira Guerra Mundial. De repente a guerra se tornou algo mais possível e não aquela velha história do passado. Esse medo é resultado de um eurocentrismo ainda presente na nossa sociedade atual. O fato é que o conflito que desponta agora na Ucrânia é só mais um dentre tantos outros que acontecem ao mesmo tempo no mundo, especialmente na África e Ásia. Sejamos realistas? A tomada do Talibã no Afeganistão não despertou em nós a mesma preocupação mundial que a invasão russa à Ucrânia desperta! Pois é, a isso chamamos eurocentrismo. Herança dos processos colonizadores e imperialistas dos séculos XVI e XIX.

As fronteiras que salvam e condenam vidas, num mapa da cor do racismo -  Afrolink
Fonte: Afro link Arte por: Fredy Varela

Mas, certamente, qualquer conflito que aconteça no mundo hoje nos impacta direta ou indiretamente, especialmente quando refletimos sobre globalização. O mundo hoje não mantém as mesmas fronteiras de tempos atrás, nossas relações internacionais são muito mais próximas e essa dinâmica faz com que acontecimentos do mundo gere impactos em escala, especialmente diante de um contexto de pandemia e de fragilidade econômica como o que vivemos agora.

O fato é que o mundo não esperava um conflito dessa proporção na Europa, a referência de “civilidade” construída desde o Imperialismo do século XIX. Possivelmente, isso assusta. Talvez porque tenhamos internalizado a ideia de que países supostamente desenvolvidos e, portanto, mais “civilizados”, não entrariam em conflito ou, ainda, para os mais desatualizados, acreditamos que os conflitos possíveis entre potências teriam sido resolvidos no século passado, depois da Segunda Guerra Mundial. Sabemos agora que não é bem assim, o conflito está posto e o mundo tem acompanhado seus desdobramentos, mas, diante de tantas informações e especulações, como compreender este conflito de maneira mais lúcida e menos carregada de temores e de uma visão eurocêntrica?

Eis um passo extremamente importante:

Se informe corretamente: da mesma maneira que para não cair em Fake News nós devemos nos informar corretamente, para entender o conflito nós precisamos fazer o mesmo. Eu sugiro sempre dar tempo ao tempo. No calor dos primeiros mísseis lançados pela Rússia, uma enxurrada de notícias começaram a pipocar, todas elas trazendo uma atmosfera de pânico sobre os acontecimentos que se seguiriam. O ideal nesses momentos é estudar sobre o conflito e analisar o contexto. Muitas pessoas sequer conheciam o conflito existente há séculos entre Rússia e Ucrânia. Informação não é só ler notícias, mas, também, conhecimento de mundo. Desengavete os seus livros de história e conheça um pouco sobre a história dessas nações, o início de seus desentendimentos e qual é o contexto desse conflito atual. O medo é sempre um sentimento maior quando existe a falta de conhecimento.

Estrelinski Ruiz
Fonte: Blog CRB6
Professora Laiza Campos

Laiza é professora de História, Sociologia, Geografia e Atualidades na Nautae. É mestra em História Pública (UNESPAR), com bacharel e licenciatura em História pela mesma instituição. Também possui experiência como pesquisadora e produtora audiovisual.

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