A cultura gastronômica de uma sociedade, além dos alimentos, é composta por fatores como posição geográfica que a região se localiza, o  clima e o  tipo de solo, os hábitos alimentares e de cultivo de alimentos e bebidas, as migrações e a evolução tecnológica. Assim, a  gastronomia local pode ser definida como prática cultural que envolve decisões a respeito da seleção, produção, preparo e serviço de alimentos e que são construídas em um contexto cultural mais amplo, que também orienta as demais decisões de um grupo social.

Hoje abordaremos um pouco sobre a gastronomia argentina, a qual tem uma grande diversificação. Por ser um país que foi destino de muitos migrantes, existe uma gama de diferentes influências alimentares. Os colonos europeus tiveram uma participação importante na construção da culinária argentina, assim como a população indígena, de grupos como o quíchua, mapuche e guarani, também desempenhou um papel significante. Além disso, o clima variado da região, que vai de  subtropical a subpolar, também ajudou a ampliar consideravelmente o conjunto de ingredientes prontamente disponíveis. Pensando nessa diversidades de influências, vamos comentar um pouquinho sobre alguns pratos: o doce de leite, as milanesas a la napolitana e o locro.

Fonte: Sabor à vida

Vamos começar pelo talvez mais polêmico dos três pratos: o doce de leite. A polêmica gira em torno da sua real origem, é famosa a história da cozinheira de um importante político que esqueceu a “lechada” (leite com açúcar) no fogo e teria servido o que encontrou na panela ao invés de descartar o produto. Contudo, países como o Brasil, Chile, Indonésia e Paraguai afirmam que o alimento não teria sido originado na Argentin, e reclamam sua origem.


O certo é que o doce de leite na Argentina é considerado um patrimônio cultural e gastronômico, sendo o 4° alimento lácteo mais consumido e tendo parâmetros de qualidade estabelecidos no código alimentício, no qual há exigências de quantidades mínimas de ingredientes para que o produto possa ser chamado “Dulce de leche”, e por último, mas não menos importante, é que esta iguaria possui um dia para ser chamado de seu: 11 de outubro, dia mundial do doce de leite. 

Fonte: Viajar é demais

Outro prato típico da Argentina são as milanesas a la napolitana. Mas não tem nada a ver com a cidade de Nápoles, na Itália, mesmo que este país dispute com a Áustria a autoria do bife a milanesa, o qual é a base desta receita.

Para este prato temos duas possíveis histórias de origem. Uma diz que o prato surgiu no restaurante “Il Napoli” na década de 1940, no qual o cozinheiro para tapar a parte queimada do bife a milanesa, colocou molho de tomate, queijo, presunto e rodelas de tomate, e desde então caiu nas graças dos frequentadores do local, espalhando assim a novidade pela cidade e pelo país. Há também a versão que diz que dito restaurante nunca existiu mas que o prato seria uma adaptação da pizza, que leva na sua cobertura os mesmos ingredientes. Independente das versões, as milanesas a la napolitana são um prato típico por excelência, que agrada todos os paladares e que tem até competição oficial para escolher a melhor da cidade de Buenos Aires.

Fonte: La nación

O locro talvez seja destas três receitas a que exige um preparo mais demorado, por isso que para muitos tenha que ser compartilhado com amigos e família, já que não teria sentido tanto trabalho para fazer o prato só para duas pessoas.

Seu nome provém do quíchua “luqru” ou “rucru”, que era como os povos pré-colombianos chamavam este cozido que originalmente era a base de legumes originários do sul da América como abóbora, milho e batata. A chegada dos espanhóis com produtos originários da Europa e seu contato com os povos originários faz surgir uma miscigenação culinária, da qual resulta entre vários outros pratos, o locro como o conhecemos hoje, com carnes e legumes como base e de cocção lenta. Hoje o locro é servido em penhas, festividades pátrias e nas épocas de frio por toda a Argentina. 

Fonte: La voz

A Argentina é um país que recebeu influências de diversos povos na construção de sua gastronomia. É um caldeirão de culturas que faz desse país um lugar único e muito bacana para se conhecer!  E você? Conhecia algum desses pratos que comentamos? Conta pra gente! 

Fontes:

Sabor à vida

A importância da valorização da gastronomia regional

Professora Ana Laura

Ana Laura é professora de Espanhol, Português e Redação na Nautae. É mestra em História Pública pela UNESPAR e licenciada em Letras-Português pela UEM, onde também fez o curso de Língua Espanhola avançada pelo Instituto de Línguas. Atualmente, cursa pós-graduação em Ensino de Língua Espanhola pela Faculdade Estácio de Sá.

Profesora Jesica

Jesica possui licenciatura em História (FACOS) e em Letras-Português (UNINTER). Ademais, é especialista em Docência de Língua Inglesa (FADERGS). Possui experiência de 11 anos como professora de Inglês e Espanhol, tanto com aulas particulares, para turmas e em escolas.

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